segunda-feira, 9 de maio de 2011

O APRENDIZADO DO TRABALHO EM GRUPO

         
            O professor pode ensinar a turma a cooperar, escolher e decidir ao mesmo tempo em que dá conta dos conteúdos e das disciplinas.
            Na família, e na vida profissional e social, na coletividade, a concorrência e a competição geralmente são os pilares norteadores. É preciso saber se expressar, consultar, questionar, fazer planos, tomar decisões, estabelecer compromissos e partilhar tarefas, envolvendo aspectos éticos e estéticos. Na escola, o desenvolvimento de uma metodologia de atividades em grupo qualifica para estes desafios, quando eles não se chocam com os valores que a sociedade priorize.
            Ainda há quem priorize o papel do professor como só o de passar conhecimentos, sendo a aprendizagem ativa e interativa considerada um devaneio teórico ou ilusão de propostas pedagógicas, reduzindo o ensino aprendizagem à instrução individual em massa. Quando as classes não são coletivas de trabalho cooperativo, essa forma de trabalho em sala de aula, muitas vezes é a que o professor precisa adotar para conseguir atingir uma turma na coletividade, pois até então foram trabalhados na individualidade, assim a interação com os estudantes é muito dificultada.
            Essa forma de trabalho possui um resultado muito maior, quando possui o respaldo e acompanhamento da família, a escola abre espaço a essa participação e as famílias estão pré-dispostas a colaborar. Esse fato, no entanto, varia de realidade para realidade e de acordo com o contexto em que a escola está inserida, pois muitas famílias estão cada vez mais distantes das escolas, delegando a escola funções e atribuições que são da família.
            Quando o trabalho em grupo é reconhecido com sua devida importância, pela escola e pela família, se reconhece a importância dessa participação ativa e interativa. E para colocá-lo em prática, é preciso propor à classe, à escola e às famílias atividades coletivas mais estruturadas do que as aulas expositivas, pois todos devem estar motivados e conscientes do sentido delas.
            Cabe ao professor atuar com seus colegas e com a coordenação pedagógica, com a mesma dinâmica que pretende propor em sala de aula. Sendo também possível ter a disciplina a serviço da formação coletiva e não apenas o inverso, com o foco na aprendizagem e no desenvolvimento da turma, não somente no ensino de conteúdos, mas sim na sua formação moral e social, que estes sejam reflexos da postura do educador e da escola.
            Nem tudo deve ser feito de forma coletiva. Esses momentos devem ser articulados com coerência entre a coletividade e a autonomia, em que se desenvolvem  afinidade e confiança. Identificam-se potencialidades e aprende-se com os demais, sendo os mais beneficiados por essa construção, todos aqueles que se envolvem com interesse e boa vontade no desenvolvimento das atividades individuais e coletivas, Muitos alunos vem de contexto cultural limitado, não tendo outras oportunidades, a não ser as que a escola oferece, para sua emancipação.
            As boas escolas desenvolvem as práticas apropriadas a cada faixa etária, e o aprendizado do trabalho em grupo faz sentido desde Educação Infantil, até a Pós-Graduação, onde as atitudes valorizam a coletividade, a autonomia e a cooperação.
            Essas habilidades devem vir aliadas à versatilidade, independência, criatividade... E outras tantas mais, que o professor e a escola devem desenvolver de forma integrada. Pois essas, a sociedade exige que os educandos possuam no momento em que prestam concursos, vestibulares e entrevistas de emprego. Elas podem ser construídas dentro duma sala de aula, numa escola que trabalhe essa metodologia em todas as áreas e tendo como suporte a família, que não pode desenvolver e cultivar valores que entrem em conflito pelos cobrados e desenvolvidos na escola.
            O ponto de partida para o ensino-aprendizagem com sucesso é a pré-disposição, boa vontade e interesse. Quando o educador e a escola conseguem atingir esse foco, a autonomia e a coletividade são construídas, com uma metodologia adequada a cada realidade e fundamentadas no contexto em que estão inseridos.

DE QUE FORMA A INTERNET PODE COLABORAR PARA QUE REINVENTEMOS A NOSSA PROFISSÃO E O NOSSO PAPEL COMO EDUCADORES

            Infelizmente a maioria dos alunos está ‘a nossa frente, no que se refere à inclusão digital. Mas o que é o computador e a internet para a maioria dos nossos jovens e adolescentes? È uma simples diversão, passa tempo, navegação sem destino certo. Cabe a nós professores mostrar a real possibilidade de informações e conhecimentos que a internet nos proporciona para ampliar nosso conhecimento tornado a nosso aliado na construção do saber.
            Cabe a nós professores e educadores estimular nossos alunos à pesquisa desde a infância. A internet cria ferramentas e conteúdos para tal.
A internet é interdisciplinar como a escola deve ser. É de suma importância que os alunos percebam isso e consigam usar os diversos recursos interdisciplinares da internet na construção de seu conhecimento. Cabe a nós dar as condições e os caminhos para que isso aconteça.

QUAL O PAPEL DA INTERNET NA ESCOLA?


     A sociedade, a educação e a escola vivem momentos de mudança. A internet é um dos fatores de mudança na escola atual. Ela possibilita a pesquisa e amplia o conhecimento dos alunos.
     Ela também possibilita uma maior aproximação da escola com a sociedade apresentado lhe uma rede social de informações e conhecimentos que devem ser devidamente aproveitados para dinamizar e qualificar os processos de uma aprendizagem com vistas a melhoria de qualidade da educação básica.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Antes da internet

ANTES DA INTERNET

     Já tenho lá minha idade, não muito avançada, mas considerável, quando me reúno com amigos conversando, vire e mexe surge uma frase do tipo: “onde eu cresci tínhamos pouca coisa, não havia internet, nem nada”. Ora esta frase dá que pensar. Os meus filhos perguntam-me a mesma coisa: como era o mundo antes da internet?
     Os mais novos podem não acreditar, mas não vivíamos em cavernas.Vivia-se muito bem, valorizava-se o conhecimento e a informação, porque era mais difícil de obter, e tínhamos acesso às notícias em tempo real, por incrível que pareça, através dessas duas invenções extraordinárias: a televisão e a rádio.
     Basta olhar para a forma como os jovens realizam hoje os trabalhos de grupo: fazem pesquisa na internet, cada um na sua casa, contactam-se por MSN e depois guardam o trabalho numa pen. No meu tempo reuníamos-nos na casa de um colega (aquele com a maior casa e uma mãe que estivesse disposta a fazer um lanchinho) para o “trabalho”, seguíamos para a biblioteca (que por mais incrível que pareça ,ainda existem?) para recolher a informação, pagávamos a lojas para tirarem fotocópias (as impressoras eram coisas de milionários) e juntávamos tudo em papel, cartolina, colagens, com muito trabalho e suor.
     Sem comentar tudo que vinha junto com os trabalhos, as parcerias, amizades indissolúveis, brincadeiras, combinados, segredos... Tínhamos laços. Nossa como era o mundo sem internet.
     Quando se generalizou o uso do telemóvel, passamos a uma nova escala da evolução humana onde o braço anda colado ao ouvido, num estado de semi-alienação. Até os miúdos de 9 e 10 anos têm um celular nos dias de hoje, para “segurança”, dizem os pais. Não sei se sabem, mas há 20 anos as crianças eram constantemente raptadas, assassinadas e violadas, ou perdiam-se no regresso da escola em matas escuras habitadas pelo Lobo Mau, e comidas. Sim, como era difícil a vida antes do telemóvel.
      Agora juntaram-se os dois impérios do mal, e já é possível aceder à internet através do celular. “Apenas à distância de um click”, como anunciam orgulhosamente aquelas empresas de telecomunicações. Antes ter cultura geral era visto como uma vantagem, uma coisa dos intelectuais. Mas para quê memorizar tantas datas e fatos quando se podem encontrar em menos de 30 segundos na internet? Começa a ser difícil explicar aos adolescentes o que é “um livro”. Antes podíamos dizer-lhes que é uma revista com mais folhas e sem imagens, mas um dia vamos ter que lhes explicar que é como “a internet impressa numa árvore”. E eles vão achar muito estranho.